segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Revelação de Deus Parte 1

A Revelação de Deus

A palavra revelação vem do grego apokalupsis; do latim revelatio, que significa “tirar o véu”; Portanto é uma manifestação sobrenatural de uma verdade que se achava oculta. Moisés, a respeito da Revelação de Deus escreveu:

As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.[1]

A revelação é um ato de Deus. É Deus que tem a iniciativa de se revelar para os homens. Deus criou o homem como um ser inteligente para ter comunhão com ele. De todas as criaturas, o homem, é o único feito à imagem de Deus (Gênesis 1.27)[2]. Desde a criação, Deus tem desejado que escolhamos imitá-lo e estar com Ele. Para fazer isso, precisamos saber quem Ele é e o que Ele deseja de nós. É por isso que Deus nos deu a Bíblia. Ela é a revelação de Deus para nos equipar para toda a boa obra (II Timóteo 3.16-17)[3]. Podemos definir a revelação como: "a doutrina da Comunicação de Deus aos homens". E esta doutrina é amplamente confirmada nas páginas das Sagradas Escrituras. Este ensino subordina-se a um outro: o da Revelação de Deus aos homens. A Doutrina da Revelação de Deus trata da manifestação que Deus faz de si mesmo e de sua vontade aos homens (Am 3.7)[4].

De acordo com o teólogo Horton, que precisamente, a respeito da Revelação escreveu:

O Deus absoluto e eternamente consciente de si mesmo tomou a iniciativa de se tornar conhecido á sua criação. A revelação que Deus fez de si mesmo foi um autodesenvolvimento deliberado. Ninguém forçou a Deus a se tornar conhecido; ninguém descobriu por acidente. Num ato voluntário, Deus, fez se conhecido; aos que de outra forma não poderiam conhecer.[5]

Porque não podemos conhecer a Deus sem o seu ato de revelar-se? A resposta é:"como Deus é infinito e nós finitos e limitados, jamais podemos compreender plenamente Deus, se Ele não se revelar". Vejamos o que o Salmista escreveu:

Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir.[6]

O conteúdo da revelação divina é aquilo que Deus queria que fosse comunicado nada mais, nada menos que isso. Todas as considerações a respeito de Deus não passam de mera especulação à parte do que Ele mesmo revelou. No livro de Apocalipse Deus encerra a revelação escrita com uma advertência:

Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro.[7]

A revelação de Deus é uma expressão da graça divina. Pois Deus se deu a conhecer aos seres humanos, visando o próprio bem destes. O maior privilégio do ser humano é poder conhecer a Deus, glorificá-lo e desfrutar para sempre de sua presença. Essa comunicação privilegiada reflete o amor e a bondade de Deus que, graciosamente, deu se a conhecer.O teólogo Emil Brunner considera estupendo o fato de Deus se revelar que escreveu:

O próprio Deus haja dado de si mesmo pessoalmente a mim; somente dessa maneira, posso entregar-me a Ele ao aceitar a doação de si mesmo a mim.[8]


[1] Deuteronômio 29.29

[2] Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

[3] Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 7a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.

[4] Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.

[5] HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: uma perspectiva Pentecostal. CPAD. Pag. 67

[6] Salmo 139.6

[7] Apocalipse 22.18-19

[8] Brunner, Revelation and Reason, pg. 42

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