quarta-feira, 30 de maio de 2012

Chamados para avançar Parte I


Chamados para avançar Parte I
Hebreus 10.38-39
            Texto Bíblico
            Vs.38 ðMas o meu justo viverá pela fé. E se retroceder, não me agradarei dele.
            Vs 39 ðNós porém, não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que crêem e são salvos. (NVI)

            Introdução
            Deus tem um chamado para cada cristão, e este chamado é para avançar e não para retroceder. No texto de Hebreus crentes judeus estavam desistindo de avançar no caminho do evangelho (o caminho de Deus) para voltar às velhas praticas (o judaísmo). Então o autor de Hebreus nesta epistola mostra os motivos de avançar no evangelho e não voltar.
            No verso 38 do capitulo 10 fala sobre o justo viver pela fé como forma de agradar a Deus, e se o crente recuar estará desagradando a Deus. O verbo retroceder usado no grego é: ”Huposteilēntai” que vem de “hupostello” que o dicionário grego define como: “(1) retirar-se, voltar atrás, rebaixar (2) retroceder: de uma pessoa tímida[1]”. Este verbo se encontra no Aoristo[2] e no modo subjuntivo que significa que há possibilidade de escolha. Estando no aoristo indica que há uma batalha que vem de um tempo não especificado fazendo com que a pessoa deseje ou até mesmo retroceder. Temos que lutar contra este sentimento e voltar a avançar. Pois somos chamados para vencer como está descrito no verso 39. “Nós, porém, não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que crêem e são salvos.”

Hoje iremos ver os motivos por que devemos avançar.
I. Quando Avançamos vemos a atuação de Deus. (Ex 14.15)
            “Disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem.” (ARA). Neste episódio de Êxodo o povo de Deus (Israel) saiu do Egito, mas o coração do faraó ficou endurecido novamente e mandou o seu exercito encontrar o povo de Deus e atacá-los. Quando o povo viu o exercito de Faraó na sua retaguarda e a frente deles o mar vermelho, começaram a murmurar e Moisés começa a clamar por Deus. O que Deus responde?  “Por que clamas a mim?” Agora não é hora de clamar e sim de avançar. “Dize aos filhos de Israel que marchem. O verbo marchar usado no hebraico é naca‘ que significa “(1) pôr-se a caminho, ir em frente, partir (2) levar a mover-se bruscamente” Tem momentos de busca, mas também momento de agir. Deus então orienta a Moisés a tocar a vara no mar e o mar abriu e o povo foi salvo e eles viram o agir de Deus.  Quando avançamos vemos o agir de Deus. O inimigo de nossas almas figurado sobre a vida de faraó tenta nos intimidar, mas devemos avançar. Pois Deus quer que avancemos.
            A igreja verá a atuação de Deus quando ela avança. Os dons são derramados para a igreja avançar. Vejamos Atos 1.8 “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.”. Queremos poder, mas não queremos ir. Jesus disse que quando a igreja saísse para evangelizar os sinais os acompanhariam (Mc 16.15-18). Crer é obedecer, é avançar para cumprir a ordem do Senhor.
            Jesus disse que as porta do inferno não prevaleceria contra a igreja (Mt16.18). Muitos interpretam que a igreja quando for atacada por Satanás vencerá, isto é uma verdade, mas o sentido no original seria que a igreja avançaria e as portas do inferno não prevaleceriam. Um exemplo quando a igreja entra numa casa dominada pelo demônio ou por vícios as portas do inferno não prevaleceria naquele lugar, pois a igreja chegou naquele lar e a porta do inferno se fechou naquele lugar. Quando a igreja avança vidas são transformadas e uma porta do inferno se fecha. O inimigo sabendo disto coloca desanimo, intrigas, incredulidade para que a igreja não avance. Mas quando a igreja obedece ao mandamento do Senhor, o inimigo é derrotado e a igreja triunfa em vitórias.

Conclusão
1.    Deus se agrada daqueles que avançam.
2.    O poder de Deus se manifesta quando a igreja avança.
3.    Devemos sempre avançar, pois o poder de Deus esta em nosso favor.
4.     No próximo estudo iremos ver mais motivos que nos faz avançar.


[1] Compare com Ap 21.8 ð “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” (ARA). “Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte.” (ARC)
[2] Aoristo ð é um tempo verbal que não existe na língua portuguesa. No grego significa que é uma ação que começou no passado e que ainda continua.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Crescendo na Graça Parte II


CRESCENDO NA GRAÇA PARTE II
Texto Base: II Pe 3.18
&ðAntes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.” (ARA)

                        Introdução
            No estudo passado, vimos o que é a graça e os dois tipos de graça que encontramos na Bíblia como também o propósito da lei antes de ser estabelecido no período da graça. Hoje iremos analisar três perigos que existem a respeito da graça e qual é a lei da graça.

                        I. Os Perigos Existentes a Respeito da Graça.
            A graça em si não é perigosa, mas sim as deturpações e os desvios a respeito desta importantíssima doutrina bíblica. Muitos introduziram ideias errôneas levando muitos ao engano. Isto ocorre por falta de conhecimento da palavra de Deus (Mt 22.29) e da palavra pregada, isto é por falta de profecia[1] (Pv 29.18). Vejamos os perigos existentes:
1.    Substituir a graça de Deus pela Lei.
            Isto ocorreu na igreja de Gálatas de acordo com que o Apóstolo Paulo escreveu para as igrejas da Galácia conforme (Gl 1.6-7). Neste texto o apostolo Paulo usa a palavra héteros (outro de espécie diferente) para outro e não allos (outro da mesma espécie ou essência), eles estavam passando do evangelho da graça para o evangelho da lei devido ao movimento judaizante que estava perturbando o caminho de Deus (Gl 1.7). Para eles a graça não era o suficiente para salvar o pecador e sim seguir a lei judaica. Hoje vemos estas ideias assolando o cristianismo, através do adventismo e dos usos e costumes impostas por muitas igrejas como meio de salvação.
            Muitos caíram, pois não conseguiram cumprir as leis impostas pelos homens, nem mesmo os que colocam tais leis (Mt 23.2-4).
·         A lei (regras) é para imaturos ou pecadores ð I Tm 1.8-10 
·         A lei (regras) não pode libertar ð Cl 2.20-23
·         A lei tira a ação do Espírito ð Gl 3.2-3
2.    Dar Lugar a Libertinagem.
            Devemos tomar cuidado de fazer da graça uma doutrina de libertinagem, pois a graça traz liberdade e não libertinagem, como disse Paulo aos gálatas: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gl 5.13 – ARA). A parte para dar ocasião à palavra usada aqui é arphomē que é um vocábulo militar para “base de operações”; é usada varias vezes por Paulo no sentido de uma “ocasião conveniente”, como também aqui. A carne é representada como uma oportunidade, sempre pronto para aproveitar-se de qualquer oportunidade. A liberdade cristã é liberdade do pecado, não liberdade para pecar. Na verdade essa “liberdade” para pecar é uma licenciosidade desenfreada, não é liberdade alguma; é outra forma mais terrível de servidão, uma escravidão aos desejos de nossa natureza caída. Jesus disse aos judeus: “Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.” (Jo 8.34 -ARA). E o apóstolo Paulo nos descreve como sendo “escravos de toda sorte de paixões[2] e prazeres” (Tt 3.3). Em nossa sociedade de hoje temos muitos escravos deste tipo; que proclama em altas vozes a sua liberdade; falam de amor livre e vida livre.  Mas na realidade, são escravos de seus próprios apetites, aos quais deram rédea solta simplesmente porque não sabe controlá-los.
            A liberdade cristã é muito diferente. Longe de serem livres para satisfazer a carne, os cristãos “crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” (Gl 5.24 - ARA). Isto é repudiamos totalmente as reivindicações de nossa natureza inferior para nos governar, pois crucificamos a nossa velha natureza e agora procuramos viver no Espírito, recebendo a promessa de que se fizermos, jamais satisfaremos a concupiscência da carne (Gl 5,16); pelo contrário, o Espírito Santo vai produzir os seus frutos em nossas vidas, culminando com o domínio próprio (Gl 5.22-23).
            A respeito de nossa liberdade em Cristo Paulo escreveu que “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm[3]; todas são lícitas, mas nem todas edificam.” (I Co 10.23 - ARA). Esta deve ser a nossa meditação, antes de fazermos qualquer coisa. Devemos perguntar para a nossa consciência: Isto convém? Ou Isto nos edifica?    
3.    Vender ou comprar a graça de Deus.
            Infelizmente muitos tentam comprar a graça de Deus, como no caso de Simão relatada em Atos 8.17-24. Muitos querem comprar as bênçãos de Deus, isto é fazer barganha para com Deus como Jacó (Gn 28.10-22).
            Outro perigo é que alguns pensam que são detentores da graça de Deus e que por isso pode vender os meios da graça de Deus conforme Tiago 4.17. (&ðPortanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.). Já vi pastores orar por pessoas necessitadas mediante o recebimento de ofertas, ou prega em igrejas mediante a certa quantia de dinheiro. Tem grupos de louvores ou cantores gospel só cantam se receberem um cachê bem alto. Temos que tomar cuidado, pois aquele que nos deu os dons pode tirar, pois o que recebemos pela graça, devemos usar sem exigir  nada em troca (Mt 10.8 &ðCurai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai. - ARA).

            Conclusão    
1.    Neste estudo vimos que a graça de Deus não pode ser substituída pela lei.
2.    Outro perigo é confundir a graça de Deus por libertinagem.
3.    Não podemos comprar a graça de Deus ou vender a graça de Deus, pois é um presente de Deus.
4.    Portanto devemos receber e usufruir a graça de Deus com sabedoria e dedicação.

Que Deus nos Abençoe!!!! 
                       
                       


[1] Profecia neste texto significa “Palavra de Deus pregada”.
[2] Paixões ð Neste versículo foi usada a palavra epithumia que significa: “desejo, anelo, anseio, desejo pelo que é proibido, luxúria”.
[3] Convém ð sumphero – (1) contribuir a fim de ajudar (2) ajudar, ser produtivo, ser útil

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Crescendo na Graça Parte I


Texto Base: II Pe 3.18
&ð “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.”

                        INTRODUÇÃO
            O apóstolo Pedro nesta epistola escreve para os cristãos, tomar cuidado com as falsas doutrinas que estavam penetrando na igreja conforme II Pe 3.16-17. Então, o que é crescer na graça? Para que cresçamos na graça devemos entender o que significa a palavra graça. A palavra graça vem do grego charis que significa: “(1) aquilo que dá alegria, deleite, prazer, doçura, charme, amabilidade (2) boa vontade, amável bondade, favor (3) sinal ou prova da graça, benefício (4) privilégio, generosidade (5) gratidão, (por privilégios, serviços, favores), recompensa, prêmio.” O dicionário teológico define a palavra graça como: “[do hebr. Hessed; do Gr. Charis e do Lat. Gratia] Favor imerecido concedido por Deus à raça humana. Através da graça, o homem é capacitado a compreender, aceitar e a usufruir, imediatamente, dos benefícios do Plano de Salvação (Ef 2.8-9). O objetivo da graça e duplo: (1) Salva o homem do pecado; e (2) Restringe a ação deste, levando o homem a viver nas regiões celestiais em Cristo Jesus. A graça, segundo ensina o apóstolo Paulo, é operada mediante a fé.
            Dentro da Teologia e das Escrituras encontramos dois tipos de graça:
1.    A graça Comum ð [ Do Heb. Hessed; do Gr. charis; do Lat. Commune, concedido a todos] Favores administrados por Deus a toda raça humana, visando a preservação da vida na terra (Mt 5.45; At 14.14-17; Sl 145.9,15-16 ). Entre estes favores, encontram-se o dia, a noite, as estações, a regularidade dos movimentos de translação e rotação, a cadeia alimentícia, o sistema de defesa do corpo humano etc. Por causa da graça comum Deus não destruiu a terra por causa do pecado da humanidade, abrindo a oportunidade para as pessoas  receberem a graça especial.
2.    A Graça Especial ð[ Do Heb. Hessed; do Gr. charis; do Lat speciale, relativo a uma espécie] Graça obtida mediante a fé no sacrifício vicário do Filho de Deus. Através dela, Deus salva, justifica e adota o pecador como filho (Jo 1.12; Ef 2.8-9)

            Apesar disso tudo, devemos compreender que a graça comum é diferente da graça salvífica. A graça comum não transforma o coração humano nem conduz as pessoas ao genuíno arrependimento e à fé – ela não pode salvar e, sendo assim, não salva (embora na esfera intelectual e moral ela possa fornecer alguma preparação que torna as pessoas mais inclinadas a aceitar o evangelho). A graça comum nem purifica a natureza humana decaída.
            A graça de Deus é diferente em relação à lei, pois a lei opera a morte e na graça opera o Espírito que traz vida (II Co 3.6-7). Qual foi o propósito da lei? O propósito da lei foi:
·         Ela serviu de aio até que Cristo viesse ðGl 3.24 (&ðDe maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.).
·         Ela serviu como um instrumento de condenação ð Rm 5.13 (&ðPorque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei.);
·         A lei serviu para revelar o pecado &ð Rm 7.7-24
           
                        Conclusão
            A Graça de Deus nos restaura, pois concede ao pecador a chance de se arrepender, mas a lei já condena o pecador à morte. Por este motivo o apóstolo Paulo declara: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” (Rm 8.1). Por causa da graça de Cristo Jesus posso dizer “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou” (I Co 15.10)

Que Deus nos abençoe!!!