quinta-feira, 17 de maio de 2012

Crescendo na Graça Parte II


CRESCENDO NA GRAÇA PARTE II
Texto Base: II Pe 3.18
&ðAntes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.” (ARA)

                        Introdução
            No estudo passado, vimos o que é a graça e os dois tipos de graça que encontramos na Bíblia como também o propósito da lei antes de ser estabelecido no período da graça. Hoje iremos analisar três perigos que existem a respeito da graça e qual é a lei da graça.

                        I. Os Perigos Existentes a Respeito da Graça.
            A graça em si não é perigosa, mas sim as deturpações e os desvios a respeito desta importantíssima doutrina bíblica. Muitos introduziram ideias errôneas levando muitos ao engano. Isto ocorre por falta de conhecimento da palavra de Deus (Mt 22.29) e da palavra pregada, isto é por falta de profecia[1] (Pv 29.18). Vejamos os perigos existentes:
1.    Substituir a graça de Deus pela Lei.
            Isto ocorreu na igreja de Gálatas de acordo com que o Apóstolo Paulo escreveu para as igrejas da Galácia conforme (Gl 1.6-7). Neste texto o apostolo Paulo usa a palavra héteros (outro de espécie diferente) para outro e não allos (outro da mesma espécie ou essência), eles estavam passando do evangelho da graça para o evangelho da lei devido ao movimento judaizante que estava perturbando o caminho de Deus (Gl 1.7). Para eles a graça não era o suficiente para salvar o pecador e sim seguir a lei judaica. Hoje vemos estas ideias assolando o cristianismo, através do adventismo e dos usos e costumes impostas por muitas igrejas como meio de salvação.
            Muitos caíram, pois não conseguiram cumprir as leis impostas pelos homens, nem mesmo os que colocam tais leis (Mt 23.2-4).
·         A lei (regras) é para imaturos ou pecadores ð I Tm 1.8-10 
·         A lei (regras) não pode libertar ð Cl 2.20-23
·         A lei tira a ação do Espírito ð Gl 3.2-3
2.    Dar Lugar a Libertinagem.
            Devemos tomar cuidado de fazer da graça uma doutrina de libertinagem, pois a graça traz liberdade e não libertinagem, como disse Paulo aos gálatas: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gl 5.13 – ARA). A parte para dar ocasião à palavra usada aqui é arphomē que é um vocábulo militar para “base de operações”; é usada varias vezes por Paulo no sentido de uma “ocasião conveniente”, como também aqui. A carne é representada como uma oportunidade, sempre pronto para aproveitar-se de qualquer oportunidade. A liberdade cristã é liberdade do pecado, não liberdade para pecar. Na verdade essa “liberdade” para pecar é uma licenciosidade desenfreada, não é liberdade alguma; é outra forma mais terrível de servidão, uma escravidão aos desejos de nossa natureza caída. Jesus disse aos judeus: “Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.” (Jo 8.34 -ARA). E o apóstolo Paulo nos descreve como sendo “escravos de toda sorte de paixões[2] e prazeres” (Tt 3.3). Em nossa sociedade de hoje temos muitos escravos deste tipo; que proclama em altas vozes a sua liberdade; falam de amor livre e vida livre.  Mas na realidade, são escravos de seus próprios apetites, aos quais deram rédea solta simplesmente porque não sabe controlá-los.
            A liberdade cristã é muito diferente. Longe de serem livres para satisfazer a carne, os cristãos “crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” (Gl 5.24 - ARA). Isto é repudiamos totalmente as reivindicações de nossa natureza inferior para nos governar, pois crucificamos a nossa velha natureza e agora procuramos viver no Espírito, recebendo a promessa de que se fizermos, jamais satisfaremos a concupiscência da carne (Gl 5,16); pelo contrário, o Espírito Santo vai produzir os seus frutos em nossas vidas, culminando com o domínio próprio (Gl 5.22-23).
            A respeito de nossa liberdade em Cristo Paulo escreveu que “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm[3]; todas são lícitas, mas nem todas edificam.” (I Co 10.23 - ARA). Esta deve ser a nossa meditação, antes de fazermos qualquer coisa. Devemos perguntar para a nossa consciência: Isto convém? Ou Isto nos edifica?    
3.    Vender ou comprar a graça de Deus.
            Infelizmente muitos tentam comprar a graça de Deus, como no caso de Simão relatada em Atos 8.17-24. Muitos querem comprar as bênçãos de Deus, isto é fazer barganha para com Deus como Jacó (Gn 28.10-22).
            Outro perigo é que alguns pensam que são detentores da graça de Deus e que por isso pode vender os meios da graça de Deus conforme Tiago 4.17. (&ðPortanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.). Já vi pastores orar por pessoas necessitadas mediante o recebimento de ofertas, ou prega em igrejas mediante a certa quantia de dinheiro. Tem grupos de louvores ou cantores gospel só cantam se receberem um cachê bem alto. Temos que tomar cuidado, pois aquele que nos deu os dons pode tirar, pois o que recebemos pela graça, devemos usar sem exigir  nada em troca (Mt 10.8 &ðCurai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai. - ARA).

            Conclusão    
1.    Neste estudo vimos que a graça de Deus não pode ser substituída pela lei.
2.    Outro perigo é confundir a graça de Deus por libertinagem.
3.    Não podemos comprar a graça de Deus ou vender a graça de Deus, pois é um presente de Deus.
4.    Portanto devemos receber e usufruir a graça de Deus com sabedoria e dedicação.

Que Deus nos Abençoe!!!! 
                       
                       


[1] Profecia neste texto significa “Palavra de Deus pregada”.
[2] Paixões ð Neste versículo foi usada a palavra epithumia que significa: “desejo, anelo, anseio, desejo pelo que é proibido, luxúria”.
[3] Convém ð sumphero – (1) contribuir a fim de ajudar (2) ajudar, ser produtivo, ser útil

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